As plantas são seres pluricelulares complexos e têm necessidade de transportar substâncias minerais até às folhas para que a síntese de compostos orgânicos ocorra.
Estes compostos orgânicos são posteriormente distribuidos a todas as células para que possam ser utilizados.
As plantas dividem-se em dois grupos:
- plantas avasculares: plantas simples, sem estrutura especializada no transporte de substâncias.
- plantas vasculares: plantas evoluídas com sistemas de transporte de substâncias. Nestas existem sistemas contínuos de vasos desde a raiz até às folhas.
A água e os sais minerais são absorvidos pela raiz através dos pêlos radiculares, ao mesmo tempo que o CO2 entra para a planta através dos estomas.
O transporte de substâncias nas plantas ocorre segundo 3 etapas:
- absorção de água e sais minerais pela raiz;
- pelo processo de difusão;
- através de tecidos vasculares.
*Estomas são estruturas celulares, localizadas no interior da célula e têm como função a realização de trocas gasosas entre a planta e o meio envolvente. Controlam a respiração.
Xilema: transporte de seiva bruta (água e sais minerais) desde a raiz até às folhas da planta.
. Também conhecido por tecido traqueano ou lenho
· Constituído por quatro tipos de células:
- elementos condutores que se dividem em tracoides (células longas e de extremidades afiladas, as quais formam tubos o que permite a passagem de agua e sais minerais) e elementos de vasos (células vasculares que resultam de células mortas e de carácter rígido) àcélulas mortas onde circula água e sais minerais
- fibras lenhosas são células mortas que desempenham funções de suporte. Possuem lenhinha o que confere rigidez e espessura.
- parênquima lenhoso que é um tecido formado por células vivas que desempenham importantes actividades metabólicas, tais como a fotossíntese, armazenamento ou secreção de substâncias. Desempenha essencialmente funções de reserva.
Floema: transporte de seiva elaborada (água e compostos orgânicos), das folhas para os restantes órgãos da planta. É formado por quatro tipo de células:
- Células dos tubos crivosos : células vivas muito especializadas, ligadas entre si pelos topos e cujas paredes de contacto possuem uma série de orifícios.
- Células de companhia: situam-se junto das células dos tubos crivosos, ajudam-nas no seu funcionamento através de ligações citoplasmáticas. São células vivas, possuindo núcleo e restantes organelos.
- Fibras que têm a função de suporte.
- Parênquima é formado por células vivas com função de reserva.
- Absorção Radicular:
O meio intracelular das células da raiz é hipertónico relativamente ao exterior, por isso a água tende a entrar para a planta por osmose, movendo-se desde o solo até aos vasos xilémicos situados no interior da raiz. Já os iões minerais entram para a célula por transporte activo.
- Transporte no xilema
Após chegarem ao xilema, a água e os iões minerais constituem a seiva bruta/xilémica
As substâncias dissolvidas na água são transportadas de forma passiva.
O movimento de ascensão de água e dos solutos no xilema envolve a acção de forças físicas.Foram apresentadas várias hipoteses de explicação deste fenómeno, mas a teoria mais aceite é a de tensao-coesão-adesão.
- Tensão-coesão-adesão
A transpiração da planta provoca tensão na parte superior desta, provocando por sua vez a ascensão de água.As moléculas de água ligam-se entre si por pontes de hidrogénio através das forças de coesão.
As moléculas de água ligam-se às paredes do xilema, através de forças de adesão.Estas forças de coesão-adesão formam uma coluna de água, em sentido ascendente que se estende desde a raiz até às folhas.
*Quanto maior for a transpiração, maior é a absorção radicular.
Transporte no floema
"Uma vez que a produção de compostos orgânicos não ocorre em todas as células, estas substâncias têm que ser transportadas através do floema.
A seiva floémica/elaborada sofre translocação ao longo do floema. Esta actividade está intimamente relacionada com a actividade das células vivas no floema.
O conteúdo floémico encontra-se sob pressão e flui em todas as direcções.
A seguinte hipótese foi formulada com o objectivo de explicar o movimento da seiva elaborada.
- Hipótese do fluxo de massa:
A hipótese do fluxo de massa, apresentada por Münch em 1930, explica a deslocação da seiva floémica desde todos os órgãos da planta até à raiz.
A glicose produzida nas folhas durante a Fotossíntese é convertida em sacarose no mesófilo, antes de entrarem para o Floema, por transporte activo. Esta passa para as células de companhia por transporte activo, e destas para os tubos crivosos. O aumento de concentração de sacarose nas células provoca uma entrada de água por osmose, a partir dos tecidos envolventes, incluindo do xilema, para os tubos crivosos. Esta pressão de turgescência obriga a solução de sacarose a deslocar-se, assim, esta desloca-se de zonas de maior pressão para zonas de menor pressão. O sentido da seiva elaborada é determinado pelas concentrações relativas de sacarose tanto produzidas como utilizadas, o que gera um gradiente de concentração decrescente, desde o local de produção (folhas) até ao local de consumo ou armazenamento. "