Sistemática dos seres vivos

Sistemática dos seres vivos

Sistemas de classificação

A sistemática é a área do conhecimento biológico estuda as relações evolutivas dos diferentes grupos de seres vivos ao longo do tempo, assim como o seu agrupamento e classificação. Tem também como objectivo a criação de sistemas de classificação que não se limitem a agupar os seres vivos actuais, mas que façam uma reflexão da evolução dada por esses grupos ao longo do tempo. A taxonomia é o ramo da biologia que classifica os seres vivos. Podemos assim considerar, que a sistemática envolve a taxonomia, indo além dela, estudando a evolução e a história dos diferenciados grupos de seres vivos.

 

Diversidade de critérios

As classificações iniciais feitas pelo Homem tinham um carácter prático, ajustando-se às necessidades específicas de quem as utilizava. Estes sistemas de classificação práticos, usados em diversos domínios, precisam de base científica, sendo simples instrumentos de sistematização utilitária.

Os sistemas de classificação racionais são mais objectivos, visto que utilizam características morfológicas ou fisiológicas intrísecas aos seres vivos. Representando uma outra forma de organizar o mundo vivo, foram propostos pela primeira vez por Aristóteles.

As classificações racionais baseavam-se num número reduzido de características, sendo chamadas de sistemas de classificação artificiais.

A expressão mais recente das classificações de natureza horizontal são as classificações fenéticas, com base num grande número de semelhanças ou diferenças entre os organismos. As chaves dictómicas que resultam da semelhança morfológica dos seres, não expõem qualquer relação a nível da evolução entre os grupos considerados, mas um determinado graus de afinidade em relação a um conjunto de caracteres considerados.

Ao pensar-se numa outra forma de encarar a classificação dos seres vivos, surgiram no períodos pós-darwinas classificações filogenéticas.

Nessa prespectiva apoiada em dados paleontológicos e de comparação anatómica, os seres vivos passaram a ser classificados não só de acordo  com a sua afinidade estrutural e morfológica, como também de acordo com a sua história evolutiva. O desenvolvimento da citologia, de bioquímica e da genética têm contribuido para a identificação de ancestrais comuns, ao ajudar a definir sequências de clarificam a evolução dos grupos de seres vivos e  as suas relações de parentesco. As árvores filogenéticas, típicas da taxonomia evolutiva clássica, traduzem afinidades evolutivas entre grupos relativamente aos quais se considera a existência de antepassados em comum. As classificações filogenéticas podem ser consideradas classificações verticais, visto que reflectem o carácter dinâmico da transformação dos organismos ao longo do tempo.

 

Taxonomia e nomenclatura

Ainda que mais evoluídos e diversificados, os sistemas de classificação actuais mantêm alguns aspectos da estrutura proposta por Lineu no seu sistema de classificação. Aqui, - o primeiro sistema com elevado grau e rigor e consistência científica - as categorias ou níveis taxonómicos ou taxa encontram-se dispostos de forma hierárquica, o que torna evidente o grau de relação entre eles.

A categoria básica deste sistema, entendida como a unidade de classificação biológica, é a espécie. Constitui a categoria taxonómica com menos capacidade de inclusão, mais uniforme, visto que integra organismos com maior número de semelhanças. Tendo em conta o conceito biológico de espécie, os organismos, que fazem parte desta categoria taxonómica devem ser capazes de originar entre si descendência  fértil O reino é a caategoria que mais seres vivos abrange, sendo mais heterogéna. Entre estes dois extremos consideram-se o género, a família, a ordem, a classe e o filo (divisão nas plantas). Ao longo desta hierarquia, o número de organismos vais aumentando incluidos em cada nível , mas diminuindo o grua de parentesco entre eles.

A necessidade de rigor da classificação denntro de determinados níveis justificou a criação de categorias intermédias aubmetidas ao princípio hierarquico referido anteriormente. Essas categorias são o resultado da adição dos prefixos 'sub' e 'super' às categorias já existentes, consoante correspondam  a categorias imediatamente inferiores ou superiores à categoria considerada.

 

Regras de nomenclatura

Nomenclatura é o conjunto de regras utilizadas na designação dos taxa. Algumas das regras foram propostas por Lineu, a princípio. Uma das mais importantes, a nomenclatura binominal, substituiu as difíceis designações polinomiais da designação da espécie. Cada espécie passou a ser designada por dois termos: o primeiro mostra o nome do género a que a espécie pertence, iniciado por maiúscula; o segundo nome, restritivo, completa o primeiro afim de identificar determinada espécie dentro desse género, escrito em minúsculas. O nome da espécie é escrito em itálico quando impresso e sublinhado quando manuscrito. O nome do autor e a data da classificação podem estar associados ao nome da espécie, para uma classificação mais completa.

O género e a espécie e as outras categorias taxonómicas são escritas e designadas em latim. Sendo esta uma língua morta, que não está sujeita a alterações de significado, garante a estabilidade e universalidade desta nomenclatura, visto que substitui os nomes vulgares usados em diferentes línguas e regiões.

 

Sistema de classificação de Whittaker modificado

Os organismos eram distinguidos pela capacidade de movimento e pela  capacidade de sintetizar ou não compostos orgânicos (autotrofia/heterotrofia)

A descoberta do microscópio revelou a existência de seres unicelulares que, juntamente com os fungos, possuíam características de ambos os reinos anteriores, o que levou à criação do Reino Protista.

A descoberta de seres unicelulares procarióticos justificou a criação do Reino Monera.

Os fungos multicelulares foram incluídos no Reino Fungi, ficando o Reino Protista apenas com os seres unicelulares eucarióticos. Neste sistema, as algas multicelulares eram incluídas no Reino Plantae.

Para além das algas unicelulares, o Reino passou a incluir as algas multicelulares pelo seu baixo grau de diferenciação e os fungos com movimentos amebóides.

De entre os diversos sistemas propostos actualmente, aquele que tem encontrado uma receptividade maios é o de Whittaker. Este foi desenvolvido em 1969, que foi modificado e apresentado de novo, com algumas alterações em 1979. As alterações deram-se a respeito das algas, que inicialmente estavam distribuidas entre os Reinos Protista e Plantae, caso fossem unicelulares ou pluricelulares, foram então postas no Reino Protista devido à sua simplicidade de estrutura , ainda que muitas delas fossem pluricelulares.

O sistema de classificação de Whittaker divide os seres vivos em cinco reinos, tendo sido usados os seguintes critérios para a sua definição:

  • nível de organização celular e estrutural -  difernciando procariontes de eucariontes e, dentro dos eucariontes, diferenciando unicelulares, coloniais, multicelulares com baixo grau de diferenciação e seres multicelulares;
  • modo de nutrição - difernciando seres autotróficos, seres heterotróficos por ingestão e seres heterotróficos por absorção;
  • interacção nos ecossitemas - diferenciando os seres produtores dos seres consumidores e, dentro destes, distinguindo os macroconsumidores (heterotróficos por ingestão) e os microconsumidores (heterotróficos por absorção)