Mecanismos de evolução

Mecanismos de evolução

Evolucionismo vs Fixismo 

Fixismo: O aparecimento de espécies na Terra era explicado pelo princípio da geração espontânea, pela religião e pelo catastrofismo. Todos concordavam que os seres vivos tinham sido originados tal e qual como são hoje, permanecendo imutáveis.

Os primeiros filósofos defendiam o espontaneismo porque acreditavam que para além de um mundo imperfeito existia um perfeito, era neste que as espécies tinham sido criadas, já totalmente adaptados.

a religião explicava o aparecimento das espécies como obra divina. Assim, sendo estas também tinham sido criadas já perfeitamente adaptadas.

Tanto filósofos como religiosos defendiam que se as espécies mudavam era devido ao mundo imperfeito.

Outra tese fixista era o catastrofismo que conciliava os registos fósseis com o criacionismo, sustentada por George Cuvier. Esta dizia que fenómenos naturais catastróficos, em determinados locais, tinham conduzido a uma destruição dos seres vivos aí existentes. Essas áreas seriam repovoadas por seres vivos que migravam de outros locais, daí a existência de diferentes fósseis em diferentes estratos de rocha. Fósseis de formas extintas correspondiam a restos de criações anteriores.

Outros catastrofistas acreditavam que a cada catástrofe a nível global havia uma nova criação divina.

 

 Considera que as espécies variam ao longo do tempo.

Carl Lineu, apesar de ter sido um criacionista convicto, ao classificar exaustivamente os seres vivos, contribuiu para o desenvolvimento das ideias evolucionistas. Isto porque os seus estudos permitiram o conhecimento de semelhanças e diferenças entre esses indivíduos, sugerindo relações de parentesco e, para alguns naturalistas da época, uma possível origem comum.

Também com o desenvolvimento da paleontologia, as ideias fixistas foram abaladas. A colecção de fósseis permitiu concluir que as espécies antigas eram diferentes das actuais. Por outro lado, os fossei presentes em determinados estratos rochosas apresentavam características diferentes das características dos fósseis que surgiam em outras camadas.

A geologia, que em muito se relaciona com a paleontologia, também contribui muito, a estabelecer idade para a Terra e a diferentes idades para estratos rochosos.
Conde de Buffon, ou George Louis Leclerc, pelas suas análises e descrições da fauna e da flora deduziu que as espécies derivavam umas das outras por degeneração e que esta transformação era lenta e progressiva existindo espécies intermédias até às formas actuais. Ele admitia que com muito tempo, condições climáticas e alimentares iriam transformar as espécies.

Outro naturalista da época, Maupertuis resguardava que o ambiente efectuava uma selecção nos seres vivos.

O geólogo James Hutton ao publicar a sua obra “Teoria da Terra” veio acabar com as ideias catastrofistas. Ele criou a teoria do uniformitarismo: “os acontecimentos do passado podem ser vistos à luz das leis do presente”.

Charles Lyell confirma a teoria de Hutton e conclui que:

  • As leis naturais são constantes no espaço e tempo
  • Os acontecimentos do passado devem ser explicados a partir dos mesmos processos naturais que se observam na actualidade, dado que as causas que provocaram determinados fenómenos no passado são idênticas às que provocaram os mesmos fenómenos actualmente.
  • A maioria das alterações geológicas ocorre de uma forma lenta e gradual – gradualismo.

 

Lamarckismo: Modificações ambientais → novas necessidades → novos comportamentos (lei do uso e do desuso) → modificações no organismo → transmissão de características adquiridas aos descendentes → adaptação da espécie ao longo das gerações

Críticas: o facto de esta teoria admitir que a matéria viva teria uma ambição natural de se tornar melhor, de forma a que cada ser vivo seria impelido para um grau de desenvolvimento mais elevado; a lei do uso e do desuso, embora válida, por exemplo, para os músculos, não explicava todas as modificações, e a lei da transmissão dos caracteres adquiridos não é válida, visto que as características adquiridas não alteram a informação genética.

 

Darwinismo: Numa população há variações entre os seus membros → todas as espécies produzem mais descendentes do que aqueles que podem sobreviver → vai haver luta pela sobrevivência → sobrevivem os mais aptos, ou seja aqueles que são seleccionados pela natureza → os mais aptos vivem mais tempo, reproduzem-se e transmitem as suas características → a acumulação de características transmitidas determina o aparecimento de novas espécies

 

Dados que influenciaram Darwin:

  • Geológicos
  • Biogeográficos
  • Populacionais
  • Selecção artificial

 

Provas da evolução:

Anatomia comparada:

  • Estruturas homólogas: evolução divergente
  • Estruturas análogas: evolução convergente
  • Estruturas vestigiais

Dados da paleontologia:

  • Formas fósseis de transição

Dados da embriologia

  • Dados da biogeografia
  • Dados da citologia
  • Dados da bioquímica

 

Neodarwinismo: Numa população há variabilidade genética derivado a mutações e a recombinações genéticas (meiose e fecundação) → há mais indivíduos do que aqueles que podem sobreviver → há luta pela sobrevivência e a selecção natural escolhe os mais aptos → ao longo do tempo, determinados genes são eliminados em detrimento de outros que se implantam → evolução

 

Variabilidade: crossing-over, disposição dos cromossomas homólogos no plano equatorial, fecundação

  • A selecção natural actua nos fenótipos, alterando o fundo genético de uma população
  • O conceito do mais apto varia com o tempo e com o espaço
  • A selecção natural actua em populações (a população é a unidade básica da evolução)
  • A evolução é a alteração do fundo genético de uma população

Evolucionismo